terça-feira, 28 de maio de 2013

Ai, o tempo

Os ingleses continuam constipados (e agora, com o Verão que pelos vistos vai passar férias a outras paragens, também nós ficaremos mais constipados) e os computadores continuam com problemas e eu continuo com muita coisa para dizer por aqui, o tempo é que é tramado. Mas lá vamos andando, devagarinho, e depressa voltarei a estas paragens.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Como trabalhar num documento em equipa com o Google Drive

Por vezes, uma equipa precisa de trabalhar num determinado documento em conjunto.


  • Solução má (mas que quase toda a gente usa): alguém faz um documento em Word, envia para os membros da equipa, e todos fazem os seus comentários em separado. Consequência: os comentários perdem-se, alguém tem de andar a juntar aquilo tudo, os erros multiplicam-se, a equipa fica irritada porque cada um fez comentários que os outros ignoram, porque a certa altura já estão a trabalhar numa versão que ninguém sabe qual é... Enfim, um desastre.
  • Solução um pouco melhor: alguém cria um documento no Google Drive (ou carrega um documento pré-existente) e todos podem comentar, responder a comentários, ver as alterações, reverter alterações, tudo no mesmo local e sem qualquer dificuldade. 

Como criar um documento partilhável no Google Drive?


  • Acedemos a http://drive.google.com. (Convém ter uma conta Google/Gmail.)
  • Entramos na conta com o nosso utilizador e palavra-passe.
  • Criamos um documento ("Create") ou fazemos o carregamento (seta ao lado de "Create").



Pronto, já temos um documento partilhável. E agora? 

Antes disso, um truque para que isto seja ainda mais fácil.

Partilhar um documento recebido por email.

Se alguém nos enviar um documento por email, podemos começar a editá-lo sem o descarregar. O truque é este: carregamos em "Visualizar".


Aparece o documento, com as seguintes opções:


Carregamos em "Edit online".

O documento passa a estar editável na nossa Google Drive.

O que podemos fazer com o documento que temos na Google Drive?

Podemos partilhá-lo, comentá-lo, editá-lo, tudo em equipa, com cores diferentes para distinguir os vários participantes.

É possível criar comentários e responder aos comentários dos outros. As edições podem ser simultâneas, podemos conversar com os outros utilizadores num chat dedicado, ao lado do próprio documento, podemos guardar as várias versões e voltar atrás, etc.

A esta hora da manhã, não consigo entrar em diálogo com ninguém para exemplificar, mas vou comentar o documento, para verem como fica:


Quando a questão está resolvida, é só carregar em "Resolve" (canto superior direito da caixa de comentários) e os comentários relativos àquele ponto desaparecem.

Opções de partilha

Para partilhar, carregamos em "Partilhar"/"Share" e temos várias opções: ou podemos partilhar com o mundo inteiro ("Public on the web"), apenas com as pessoas que seleccionarmos ("Private") ou apenas com as pessoas que tiverem um determinado link, complexo, que serve como palavra-passe (mas que, se for descoberto por acidente, permite o acesso ao documento) — "Anyone with the link". 

Claro que para documentos mais importantes ou confidenciais, convém escolher a opção "Private".


Garanto que esta forma de colaborar é muito mais simples do que o habitual "vamos todos trocar tantos emails que a certa altura já ninguém sabe a quantas anda". 

Fica o conselho. Qualquer ideia ou sugestão será bem-vinda!

Nota final: claro que há outras opções para fazer este tipo de partilha: o SkyDrive ou Sharepoint, e muitos outros serviços semelhantes. O Gmail, no entanto, tornou-se o email mais usado. Assim, com vista a ser útil ao maior número possível de pessoas, escolhi o Google Drive.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

O meu bairro

Escrevi aqui qualquer coisa sobre o aniversário da Expo.

"Um bairro é apenas um sítio onde estão pessoas e as pessoas são o importante. O meu verdadeiro bairro é muito maior do que este local à beira-rio. São os meus amigos, a minha família (espalhada pelo país), os meus colegas e até os meus conhecidos — e das minhas viagens. O meu bairro inclui grande parte de Lisboa, muitas ruas de Peniche e de Ponte de Sor, algumas de Leiria, ruas do Porto, ruas de Cambridge, e inclui até partes da Amadora, da Parede, de V. N. de Santo André e de outras de que agora não me lembro — e ainda Paris, Barcelona, Londres e todos os sítios que já passei ou quero passar. Mas, claro, o meu bairro tem uma praça central, onde vivo, que vejo da minha janela — e essa praça central faz hoje 15 anos."

A palavra "Metro"

Este blogue herda também a função do blogue Certas Palavras, e como primeira palavra dessas certas palavras, temos Metro. (Isto porque hoje andei de metro — o que é mais raro do que devia, mas sobre isso falarei mais tarde.)

http://11870.com/pro/metro-do-porto/media/460155eb
Já ouvi muitas pessoas afirmarem que o Metro do Porto não devia ser chamado de metro porque não é debaixo de terra. Ora bem... Este problema tem mais a ver com saber-se, de facto, o que quer dizer a palavra metro do que propriamente com o Metro do Porto em si. (Depois, se andarem um pouco no Metro do Porto verão que, dentro do Porto, o dito cujo passa muito tempo por baixo de terra.)

Pensemos um pouco na palavra. O que quer dizer "metro"? É uma concatenação da palavra "metropolitano" e, se quisermos ser literais, significa apenas um comboio metropolitano, com a configuração que lhe quisermos dar. Mas o que é um comboio metropolitano? Vejamos a missão do Metropolitano de Lisboa: "Prestar um Serviço de Transporte Público de Passageiros, em modo metro, orientado para o cliente, promovendo a mobilidade sustentável." O que raios é o modo metro? Será, digo eu, um comboio que não esteja misturado com o trânsito, com vias próprias — distinguindo-se do eléctrico... —, que seja rápido e adaptado à vida em cidade. Um comboio que permita viajar rapidamente pela cidade. O Metro do Porto permite viajar rapidamente pela cidade. Julgo que sim.


Mas escavemos mais fundo. Não tive tempo para tirar tudo a limpo, mas o nome do Metropolitano tem origem na tradição ocidental de chamar aos comboios do centro urbano (quase sempre subterrâneos) de metropolitanos. Esta palavra, instituída para o Metropolitano de Paris (e quase tods que vieram a seguir), teve a primeira incarnação na Metropolitan Line do London Underground (que, curiosamente, como se vê, é um dos poucos metropolitanos que não se chama "metropolitano").

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Paris_Metro_Sign.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Underground.svg

Ora, em inglês, poderíamos talvez dizer dizer que ou é debaixo de terra ou não é Underground coisa nenhuma. Afinal, em Londres, existem linhas sobreterrâneas (isto existe?) com o nome overground. Sim, existe o London Overground!

London Overground
http://www.tfl.gov.uk/corporate/modesoftransport/londonrail/15360.aspx

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Overground_roundel.svg

Aqui está o busílis: o metro mais antigo não se chama metro (chama-se Underground, ou Tube para os amigos) e este metro mais antigo (que não se chama metro...) é por natureza um comboio que anda debaixo de terra. Assim, os europeus ficaram com a ideia que um metro tem de estar bem enterrado, senão, não é metro coisa nenhuma. Mas, no fundo, se virem bem, o London Overground é apenas mais um sistema de... metro de Londres.

Portanto, o metro é um comboio dos centros urbanos, geralmente enterrado (mas não necessariamente). O Porto criou um sistema de metro urbano (e suburbano), com partes significativas debaixo de terra (e outras por cima de pontes) e decidiu chamar-lhe metro. Nada a dizer. Se o Metropolitano de Lisboa começasse a expandir-se pelos subúrbios (como, aliás, já começou) e o fizesse à superfície, não deixaria de ser o Metropolitano de Lisboa...

Uma amiga minha, perante esta argumentação toda, disse-me apenas: "tudo bem, mas o Metro do Porto é um eléctrico, ponto final". Cada um com a sua...

E pronto, para não dizerem que vão daqui sem nada, ficam duas recomendações: leiam o belíssimo primeiro romance de Julian Barnes, Metroland, nome que se refere à zona a noroeste de Londres "banhada" pela Linha Metropolitana (a linha mais antiga do Underground e que tem uma grande porção por cima de terra, o que só complica as coisas e mostra que até o Underground pode ser à superfície, isto numa cidade que tem um Overground — que se calhar, às vezes, também desce às catacumbas londrinas, só para irritar). Mas, descansem, o romance de Julian Barnes não tem muito a ver com o metro, tem muito mais a ver com o Maio de 68, com Paris, com a amizade e com o crescimento. Um romance de aprendizagem, como muitos, só que muito bom.

Para quem gosta mesmo de subterrâneos, leia London Under de Peter Ackroyd (o autor de London, a Biography). Mais tarde falarei deste livro com mais tempo. Quando era pequeno, sonhava ter um subterrâneo (talvez fosse porque lia muito os Cinco) e este livro é delicioso. Nem imaginam o que está por baixo duma cidade como Londres. Ou talvez até façam alguma ideia... Mas será uma ideia errada, quase de certeza. A realidade é bem mais espantosa do que possamos imaginar.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os smart phones e o desconcerto do mundo

Há pouco as televisões estavam a dizer que um dos produtos de consumo que os portugueses consumem cada vez mais, ao contrário de quase tudo o resto, são os smart phones. Obviamente, os comentários (e o tom dos jornalistas) vão todos no sentido de que isto é prova do desconcerto do mundo (que só quem não leu Camões acha que é uma sensação nova).

Ou seja: os portugueses compram cada vez mais smart phones? Então é porque os portugueses são doidos.

Na realidade, isto não prova que os portugueses estejam tontos, a comprar smart phones e a poupar no pão. Apenas que os smart phones são cada vez mais baratos e substituem hoje os telemóveis menos smart. Ou seja, quando alguém queria um telemóvel, há uns 5 anos ia a uma loja e levava um telemóvel não smart por 100 euros. Hoje, vai a uma loja e leva um telemóvel smart por uns 80. É bem provável (mas não tenho os dados...) que o consumo em termos de valor gasto, no global, seja agora menor.

Mas, claro, a notícia dita como as televisões a dizem ("compram-se cada vez mais smart phones") é mais engraçadita, mais ao estilo do nacional-comentário, mais no sentido da opinião comum de que está tudo doido. E muitos destes comentadores do está-tudo-doido-porque-todos-têm-smartphones comentam de smart phone no bolso, claro.

Ah, parem com isto também. Também é treta.


Agora a sério: parem lá com isso!

Se virem uma coisa destas no mural dum amigo vosso...


não partilhem, não "gostem", não digam nada, mandem uma mensagem privada ao vosso amigo a dizer para ter juízo.

Se têm dúvidas, esperem uns dias, e ponho aqui um post a explicar porquê. Mas, por enquanto, vão por mim: isto é uma boa treta, que pega nos medos actuais para criar uma epidemia que, se não faz mal a ninguém, mostra quão ingénuos somos todos. Quais medos? O medo das grandes empresas, o medo dos custos escondidos, o medo da perda de privacidade — tudo medos legítimos e, em muitos casos, com boas bases, mas que neste caso se conjugam para nos levar a partilhar a parvoíce mais pateta. Ninguém está livre disto...

(Só uma pergunta, para lá de tudo o resto: porque carga de água iria o Facebook isentar do pagamento de qualquer taxa um utilizador só porque colávamos um textito no nosso perfil?)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Não há tempo para tudo...

E por isso vou ter de juntar vários projectos blogueiros neste poiso, já com novo nome:

  • Certas Palavras
  • O Caçador de Disparates
  • Bicionário
  • Ingleses Constipados (mais antigo)
Nem ponho aqui as ligações, para os fechar. Entretanto, trago os posts todos para aqui (a tentação reptiliana — dizem — de juntar tralha até aqui se manifesta).

Hábitos e tal

Não posso aconselhar, porque ainda não li, mas está na pilha, apesar de soar muito a "self-help". Enfim, o "self-help" às vezes até pode ajudar. Nunca se sabe... Para um tradutor, os hábitos são importantes: porque é preciso alguma disciplina para trabalhar em tradução (principalmente por conta própria) e porque muito do que fazemos equivale a conhecer muito bem os hábitos linguísticos dos falantes da língua de chegada. Claro que este livro não fala disso, mas será útil para quem precisa de mudar de hábitos. Tradutor ou não...

 

Ensaio sobre o vício de comentar





Mas tu mudaste o título ao blogue?

— Sim, eu sei, isso não se faz.
— Não se faz mesmo! Ainda por cima, dás tu conselhos sobre computadores e não sei que mais. Grande gaffe!
— Tudo bem, admito. Não se deve fazer isto. Mas apeteceu-me.
— Porquê?
— Porque queria este título.
— Que não quer dizer nada.
— Alguma coisa quer dizer. E já o tinha usado. Foi uma espécie de recaída.
— Nem sei o que dizer.
— Não digas nada.

O que quer dizer Lisboa?

Que pergunta tão parva, dirão alguns. Aliás, dirão muitos. Quase todos.

Mas tem razão de ser. Lisboa quer dizer coisas diferentes para pessoas diferentes.

Para começar, quer dizer "capital de Portugal". E outras coisas: "capital do distrito de Lisboa", etc. Mas isto, no fundo, não explica nada. Fisicamente, a que se refere a palavra Lisboa?

Alguns dirão que a pergunta é estúpida, não só porque todos sabem o que quer dizer Lisboa, mas porque o referente duma determinada palavra é uma espécie de mito. As palavras não se referem a nada. São peças dum sistema que só significam no âmbito desse sistema. (Esta opinião é um vírus que provocou umas epidemias há umas décadas, mas já está a passar. Nem foi preciso vacina.)

Pois bem, pensem lá então no que quer dizer Lisboa.

A cidade. Muito bem. Pensemos nessa cidade. Onde acaba? Nos limites do concelho de Lisboa? Os limites são bem conhecidos e, para dizer a verdade, sofreram uma alteração há pouco tempo que teve dedo de quem escreve estas linhas (e de muitos, muitos outros, claro).

Mas será isso? Quer então dizer que quem vive em Moscavide não vive em Lisboa? Muitos lisboetas diriam que sim: quem vive em Moscavide vive em Moscavide, não vive em Lisboa. Qual é a dúvida? A dúvida, amigos, é que se perguntarem a uma pessoa do resto do país se Moscavide é Lisboa, essa pessoa irá fazer cara de espanto: a resposta é óbvia e é sim.

Pois, entendamo-nos: às vezes, quando dizemos Lisboa, queremos dizer um território (e tudo o que está por cima e por baixo), com os limites do concelho. Mas também queremos dizer uma centralidade, um nome que foi sendo dado a uma cidade e um concelho cujos limites foram sendo alterados ao longo do tempo. Sobral de Monte Agraço já fez parte do concelho de Lisboa!

Lisboa também quer dizer toda a área urbana, todo o aglomerado, toda a Grande Lisboa. É disto que falam os não lisboetas quando falam de Lisboa. Às vezes, dizem: "não gosto nada de Lisboa" e querem dizer apenas "não gosto nada de grandes cidades". Ou algo do género.

E Lisboa quer dizer também o centro do poder. Quando um madeirense fala do poder de Lisboa, não fala da cidade, do território, nem sequer dos lisboetas. Fala dum conjunto de instituições cujas sedes até estão, na sua maioria, dentro do concelho de Lisboa, mas isso é algo secundário.

Depois, Lisboa quer dizer também todo o conjunto de ideias, frases-feitas, poemas, romances, investigações, estatísticas, pessoas, visitantes, fotografias, relatos, ódios e amores — e tudo o mais de que se faz uma cidade.

Respostas certas há muitas. A resposta mais errada que conheço é dizer "Lisboa é isto que estou a dizer, e não há discussão". Para o mal e para o bem, há sempre discussão.

(Já agora, lisboeta, o que quer dizer?)

domingo, 19 de maio de 2013

Será que o Facebook me vai deixar partilhar isto?

Amigos e curiosos e outras pessoas que por aqui caem desprevenidos: já repararam que o Google Plus é mais bonito e mais fácil e tudo o mais do que o Facebook? Só que, enfim, não tem o picante do Facebook, porque lhe faltam as pessoas. É uma espécie de Facebook bem-comportado. Mas vale a pena experimentar nem que seja para perceber o que é um Facebook clean e lean.

(— "Fala português, pá!"
— "Tudo bem: para perceber o que é um Livroface limpo e leve. Está bom assim?")





A relação erótica entre línguas

Pois que com este título as "línguas" que muitos imaginam serão outras — mas, não, este post tem mesmo a ver com línguas-idioma e não com línguas-órgão.

Na sexta-feira, fui assistir a uma conferência de Manuel Rivas, no Instituto Cervantes, por ocasião do Día das Letras Galegas. (Já agora, o "í" está correcto, porque este nome está em galego, por mais português que possa parecer aos desprevenidos.)

Fui com alguns alunos e, para alguns, uma das curiosidades da conferência foi ouvir alguém a falar em galego, aquele idioma rumorejante que para um português soa a português bem nortenho misturado com um não sei quê de Brasil e de floresta brumosa e de vogais bem mais cheias do que as nossas.

Pronto, temos de admitir: soa também muito a português falado por um espanhol, mas isso é porque temos os ouvidos pouco treinados. No final da conferência, um aluno mexicano disse-me que nunca tinha ouvido ninguém a falar galego e que, por momentos, pensou ser uma tentativa frustada de falar português. Mas, felizmente, alguém o desenganou rapidamente...

As histórias que Manuel Rivas contou ficarão para quem lá esteve. Fomos desde as agruras da Cultura desde o Iluminismo até às agruras dum vedor honesto à procura de água em volta da casa dos pais do escritor.

Mas vamos então à tal relação erótica entre línguas. Os alunos de uma das disciplinas que dou estão a fazer um trabalho de investigação sobre tradução. Uma das alunas (uma senhora cultíssima com quem aprendo muito mais do que ensino) está a estudar, para esse trabalho, a auto-tradução e, assim, perguntou a Manuel Rivas que sensações tinha ao traduzir os seus próprios textos para castelhano.

Manuel Rivas contou um episódio curioso relacionado com um dos livros que auto-traduziu, para explicar como tinha sido difícil traduzir um episódio concreto, que só lhe saía bem em galego, por ser a língua em que tinha as recordações em que se baseara para o escrever. Mas logo explicou que, depois de deixar o capítulo repousar um pouco, a tradução saiu-lhe naturalmente. Continuou a dizer que, para ele, a relação entre línguas "é uma relação erótica, não competitiva, uma relação sinestética e que alarga o olhar" (cito de cor).

Ora aqui está uma frase que não deixa de ser saborosa para um tradutor: trabalhamos no local onde as línguas têm relações eróticas e o que fazemos alarga o olhar (a "mirada").

Ouvir Manuel Rivas também alarga a mente e o olhar — e alarga-nos o ouvir, com as cócegas que faz nos ouvidos uma língua tão próxima da nossa como o galego.


Manuel Rivas (fonte: Wikipédia).

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lista de verificação para entregas de traduções por email



Versão 0.5 
Sugestões? 
Comente esta mensagem. Obrigado!


Depois de rever e antes de criar a mensagem de entrega:
Ler as instruções do cliente.
Abrir o ficheiro final e olhar para todas as páginas.
Correcção ortográfica do ficheiro.
Criar mensagem de entrega.


A mensagem de entrega já está escrita:
O projecto está referido de forma bem visível.
Abrir o anexo para termos a certeza de que está lá.
Releitura e correcção ortográfica da mensagem de entrega.
O email é o correcto?
É necessário colocar mais endereços em CC?


Algumas horas depois de enviar:
O cliente confirmou?
Enviar factura ou assinalar para facturação mensal.
Actualizar bases de dados.
Arquivar ficheiros. 

Para quem gosta de aprender porque sim

Para quem gosta de aprender porque sim e gostava de andar nas melhores universidades do mundo, pode usar esta ferramenta:


Diálogo

— Mas tu estás a passar-te? Que raio de tamanho de letra é este?
— É pá, o importante é o conteúdo.
— Não sejas tonto, o conteúdo só é importante se o conseguirmos ler!
— Sim, ocâi, mas o importante é a lista de verificação lá em baixo.
— Então, troca, põe a lista em cima e a nota em baixo.
— Sim, eu compreendo, mas agora já está, não vou alterar o post.
— Tudo bem, mas que não se repita! E, já agora, nunca mais escrevas "ocâi" em vez de "OK", ok?


Lista para ler antes de entregar um trabalho de tradução

Ora, eu devia ter um blogue só para assuntos de tradução. Outro para posts sobre livros. Outro para outros assuntos. Mas como não tenho tempo e isto não é um blogue profissional, não vou cumprir uma das boas práticas na escolha de temas para blogues: limitarmo-nos a um tema. Acima de tudo, gostava que este blogue fosse útil para quem o ler (e não excessivamente aborrecido). Enfim, esta prelecção toda só para dizer que vou escrever uma coisa que se dirige a tradutores, ou melhor, a futuros tradutores. Vem isto na sequência duma aula que dei sexta-feira passada (da disciplina de divertidíssimo nome "Prática da Tradução em Assuntos Empresariais de Espanhol para Português), em que falámos de procedimentos mínimos para um tradutor freelance. Ou seja, aquilo que um tradutor nunca deve deixar de fazer. Prometi que iria dar-lhes a lista por escrito, e podia fazer um PowerPoint, um PDF, um ficha e dar-lhes através do Moodle, mas, enfim, esta lista é útil para mais pessoas e aqui fica, publicamente, a sua parte final (o resto irá mais tarde). Se alguém tiver alguma sugestão, já sabe o que tem a fazer...

(Já agora, perante isto, haverá quem diga: mas quando traduzes fazes sempre isto tudo? Se não faço, devia. Já falhei nalguns pontos destes. Por isso, digo: não falhem... E mesmo que não façam uma vez e a coisa corra bem [ou façam tudo e a coisa corra mal], não se esqueçam que isto são estratégias para diminuir ao mínimo o risco das coisas correrem mal. Não são eficazes a 100%.)

Tudo o que vem já a seguir tem muito que se lhe diga. Mas esses pormenores ficaram na aula. Alguma vantagem tem de haver em ser aluno de tradução...

Ler esta lista antes de enviar uma tradução já feita e revista

a) Ler de novo as instruções do cliente (que convinha estarem concentradas num só local, organizado por nós; não podemos esperar que o cliente seja organizado).
a) Criar os ficheiros finais (conversões, etc.).
c) Abrir o ficheiro no formato final, de entrega, e olhar para todas as páginas à procura de imagens ou partes de texto por traduzir — ou, se o formato de entrega for bilingue, abrir num formato diferente daquele em que traduzimos (por exemplo, em Word, se traduzimos em Trados ou memoQ). 
d) Usar o corrector ortográfico uma vez mais (já devia ter sido utilizado no momento da revisão).
e) Escrever a mensagem de entrega em resposta a uma mensagem do cliente e verificar:

  • Referimos que projecto estamos a entregar?
  • Estamos a enviar para o email certo?
  • O cliente pediu para colocar algum email em CC?
  • Colocámos o anexo na mensagem?
Pronto. Estamos prontos. Toca a carregar em:



Depois de entregar
a) Confirmar que o cliente recebeu a tradução.
b) Arquivar no local correcto e actualizar a lista de projectos.
c) Enviar a factura (ou assinalar na lista para facturação mensal) em mensagem separada.

E, depois, responder a eventuais dúvidas... Mas isso fica para depois.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Como criar um site bonito em poucos minutos

Quem precisa dum site, mas não tem tempo nem dinheiro para grandes conteúdos, pode usar este serviço elegante: https://www.strikingly.com/.

Um site, uma página, um bom efeito. Fica aqui como ideia.

"Instalei o Windows 8, e agora?"

Apesar do que digo aqui, agora... nada. É mais fácil aprender a trabalhar com o Windows 8 do que voltar a instalar o anterior (e pode nem ser legal, nalguns casos). Seja como for, há várias formas de contornar os vários problemas deste novo sistema e, vamos lá ver, temos de ser flexíveis e aprender. E não deixa de ter vantagens!

É mais fácil do que parece. Semanas depois, já achamos tudo natural. Até a sensação de que aquilo foi feito a pensar no velho slogan das Páginas Amarelas.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Windows_Explorer_Ribbon.png

Mr. Penumbra's 24-Hour Bookstore



Fui lendo ao longo de muitas semanas, entre outras leituras mais fortes — foi um daqueles prazeres de fim de dia que não queria deixar para trás. Um livro entre São Francisco, Nova Iorque e muitos outros locais, entre uma livraria um pouco borgesiana e o campus do Google, entre romances entre geeks que fazem empresas criativas em São Francisco e uma velha seita europeia cujo objecto de culto tem a ver com tipografias e que tenta descobrir um código antigo inscrito em livros... Um livro leve e saboroso, que tem a minha cara. A minha leitura teve um quanto de ironia: um livro sobre a tinta suja dos livros, li-o em formato digital. Mas é uma ironia que o autor quis inscrever no livro. Quando um dos nós do enredo implica que o herói recebe um digitalizador portátil de livros da parte duma personagem secreta que se dedica à pirataria, este é um livro sobre livros muito actual.


Um episódio: para tentar entrar no espírito da tal seita de livros, o protagonista manda uma carta em papel. Poucos dias depois recebe um email do destinatário a perguntar se não quer falar por Skype.


Posso oferecer-te, +Diogo?

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Windows 8

Meus amigos, eu até do Windows Vista gostei. Sou o que se pode chamar de "early adopter". Isto, claro, à escala portuguesa. Quando saía uma nova versão do Windows, não ia a correr comprar, porque isso era caro, mas ficava desejoso de experimentar. E gostava sempre. A nova versão era sempre melhor do que a anterior.

Alguns amigos meus (pelo menos daqueles que discutem versões do Windows, o que limita muito o grupo), eram mais tipicamente portugueses. "Nova versão? Lá vem a Microsoft inventar. Não estávamos bem?" Para estes amigos, o Windows 3.11 chegava. Tudo o que veio depois foi, desculpem-lhes o termo, mariquice.

Enfim, meses depois já estavam a usar as novas versões e as novas funcionalidades e por aí fora. A mudança custa, mas uma vez ultrapassada, passa a fazer parte daquilo que não se quer mudar. (Parece-me que há para aqui um subtexto político qualquer, mas agora não tenho tempo.)

Pois bem. Vamos lá ver uma coisa: o que é que os senhores da Microsoft fumaram para criar o Windows 8? Sim, é leve para o computador, não vai abaixo como antigamente, apetece tocar no ecrã para mexer naqueles rectângulos coloridos que rodam e tudo...

Mas esse é o problema: a maioria dos computadores não são tablets, e quem tem uma tablet não tem a tablet da Microsoft. Ou seja, o novo Windows é um convite para tocar no ecrã, mas só para o engordurar. Porque aquilo não faz nada quando passamos com o dedo.

Agora, imaginem a reacção das muitas pessoas que acham que existe um Office Vista e um Windows 2010. Foi uma reacção do tipo: "então e o botão redondo?" Segundos depois: "COMO É QUE SE FECHA ISTO?" Minutos depois: "e desligar? Mas como raio se desliga isto?" Apetece responder: "há uma maneira, mas deixe a bateria acabar. É mais rápido."

Portanto, vejam lá isso. Ponham o Windows mais bonitinho, inventem, mantenham a parte simpática da leveza e da ausência dos crashes, mas não tornem a coisa um descendente infeliz duma noite de amor entre um iPad e um computador de secretária velhote.

De resto, muito bem! Vamos lá em frente! E acima de tudo, ainda bem que perceberam que o Windows é para ser baratinho...

Instrução: colocar  botão Iniciar neste local. Não há que enganar.

Ordenação de pastas e ficheiros

Quando temos várias pastas e queremos ordená-las de determinada forma, por vezes basta pensar num sistema de nomes para poupar tempo e cabeça no momento de encontrar os ficheiros.

Vamos imaginar que temos uma série de pastas correspondentes a meses, onde colocamos, por exemplo, os projectos completados ou os recibos digitalizados, ou qualquer outro tipo de ficheiro que tenha de ser arquivado por data.

Um sistema de nomes de pastas que, no fundo, não é sistema nenhum pode ser este:



Colocar o ano no início do nome da pasta já permite organizar por anos:

Mas ainda não é possível ordenar as pastas por mês… Se usarmos a ordem alfabética para ordenar as pastas, Agosto fica em primeiro lugar. Não conseguimos ordenar as pastas pela ordem cronológica (a não ser que as tenhamos criado, de facto, no mês correcto, e usemos a ordenação por data de criação).

Aqui está uma ideia simples de aplicar: podemos usar o ano e o mês, em número, no início do nome da pasta. Assim, podemos ordenar facilmente os meses. Se quisermos, podemos deixar o nome do mês por extenso, para facilitar a nossa pesquisa.

Aqui está um ano inteiro:


Isto da organização de ficheiros tem muito que se lhe diga. Mas pode ser que esta ideia já ajude...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Botão mágico que resolve 90% dos problemas com um computador




Confissões dum livrólico pouco anónimo

(Aviso: este post não tem nada a ver com computadores.)

Nada tenho contra os ebooks ou, em português de lei, os livros-e (ou seja, "livro Zé"). Tenho muitos desses e as estantes da minha casa agradecem: menos peso e menos pó.

Ah, mas às vezes tenho recaídas. Às vezes quero pegar em livros de papel, que possa snifar como antigamente. São recaídas raras: apenas umas trinta e duas vezes por semana.

Enfim, por isso lá fui eu, como acontece por vezes, passear com a minha mulher e meu pequeno filho para uma livraria. Um casal sossegado, aspecto minimamente respeitável, com um bebé. Eis se não quando——

Antes disso. Uma explicação dos antecedentes: há uns meses, encontrei um livro dum novo autor que não consegui parar de ler até chegar à última página (praticamente antes de chegar à fila para pagar). Chamava-se Maria dos Canos Serrados de Ricardo Adolfo (que nome!). Apesar de ler que nem um perdido, é relativamente raro ter uma reacção tão forte com um autor que não conheço. Isto da leitura também acaba por ir dar aos hábitos: quando sai um livro do Ian McEwan ou do Javier Marías (estou a tratá-los um bocado tu-cá-tu-lá, mas vocês compreendem-me), vou, de facto, a correr comprá-los. Às vezes, vou a correr clicar no site da Amazon... Depois, leio-os como se não houvesse nada para fazer (e há, ó se há). Esta reacção com um autor novo e desconhecido (para mim), isso é raríssimo. Pois o senhor Ricardo Adolfo conseguiu essa proeza. A Maria dos Canos Serrados é uma delícia (perigosa).

Como quem não quer a coisa, comecei à procura do primeiro romance dele, cujo nome não me lembrava, mas que haveria de encontrar. Não foi fácil. Passaram-se semanas. Fui esquecendo o entusiasmo. Não me lembrava já desse meu desejo quando entrei nessa livraria com a minha mulher e com o meu filho, há alguns dias.

Pois vamos muito bem os dois com carrinho de bebé pela livraria fora, quando vejo a capa. Por fim, encontrara o livro de que estava à procura. Aqui está:



Pois, exacto.

Lá fui com esta capa e este título, com mulher e filho, para a caixa. "Era uma Galdéria, se faz favor. Mas não embrulhe, que vai mesmo assim."

Há vergonhas piores. Como, por exemplo, escrever um post num blogue que se quer útil e sobre computadores que inclui as palavras "snifar" e "galdéria". Sinceramente.

Já agora, para quem quiser:

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Como ver todas as mensagens no Gmail

A ideia da vista de conversação do Gmail é boa, mas por vezes irrita.

O que é a "vista de conversação"? É aquela característica desse serviço de email que leva a que todas as mensagens com o mesmo assunto fiquem unidas numa só mensagem muito longa, em sequência. Por exemplo, a seguinte mensagem, na realidade, são 37 (!) mensagens:



Se isto pode dar jeito para organizar as conversas que temos por email, o que é certo é que nos faz perder muitas mensagens importantes. Quando há muitas pessoas envolvidas no diálogo, às tantas, já só lemos as últimas mensagens e algumas ficam para sempre perdidas no meio das cento e cinquenta respostas que recebemos (se for o caso, há formas mais eficazes de receber 150 respostas, mas falamos disso depois).

Depois, há pessoas cuja organização mental leva a que queiram uma linha por mensagem, ponto final.

Como evitar esta confusão de mensagens aninhadas?

É fácil.

É só ir a "Definições"...



E escolher a opção pretendida:


E pronto!

Agora, como é que uma pessoa responde a todos os emails que recebe em tempo útil?

Para isso, é preciso um curso, e mesmo assim não sei...

O que são aqueles quadrados pintalgados que aparecem nos anúncios?

Têm aparecido por aí umas coisas curiosas com este aspecto:


Isto é um "QR Code". O artigo da Wikipédia inglesa explica a coisa bastante bem.

Para quem não tem paciência nem para ler artigos da Wikipédia, aqui vai o resumo: os QR Code são uma espécie de código de barras bidimensional (os códigos de barra tradicionais são unidimensionais) que servem para guardar informação que pode ser lida por máquinas.

Em suma, neste momento, quando alguém encontra estes quadrados misteriosos, pode apontar o telemóvel (obviamente, nem todos servem e mesmo um telemóvel como o iPhone precisa duma aplicação para ler estas coisas) e o telemóvel abre uma página. Sem ser preciso digitar a morada da página.

Há alguma vantagem em relação a escrever a morada do site. Há algumas. Mas, enfim, deixo isso à vossa consideração.

Já agora, se apontarem o vosso telemóvel para o código acima, vão parar sabem onde? A este mesmo site. Uma espécie de loop maluco.

(E como se cria uma código destes? Fica para depois. É fácil.)

Como criar uma palavra-passe segura

Amigos, digam-me uma boa palavra-passe.

Não, a palavra "password" não é uma boa palavra-passe. O vosso nome também não. O nome dos vossos filhos também não. O nome duma terra da China muito menos.

Se querem uma palavra-passe realmente segura, aqui estão algumas regras:

1. Não usar a mesma palavra passe para vários serviços. (Sim, eu sei, eu sei, esta é quase impossível de cumprir.)
2. Não usar palavras reconhecíveis numa qualquer língua. Nem sequer palavras que não existem, mas que podiam ser palavras (com sílabas bonitinhas, como "arafiudo", ou coisa assim).
3. Usar maiúsculas, minúsculas, números e símbolos, tudo misturado.
4. Também aqui, quanto maior, melhor.

Como cumprir isto tudo? Uma ideia será imaginar uma frase e usar as primeiras letras de cada palavra e sinais de pontuação. Por exemplo:

Frase: Esta frase é um exemplo entre muitos duma Password bem-feita e criei-a em 2013! E esta, hein?

Palavra-passe que daqui resulta: EféueemdPb-fece2013!Ee,h?

Pronto, é exagerada. Mas estão a ver a ideia... A password é sólida e não é impossível de decorar.

Agora vão a correr usar EféueemdPb-fece2013!Ee,h? como palavra-passe do vosso email. Força!(*)

Porquê darmo-nos a este trabalho? A questão não é que haja algum inimigo que queira aceder ao nosso email. A questão é que há organizações (mafiosas, claro) em países longínquos (ou nem por isso) que tentam entrar à força nos nossos emails para depois enviar mensagens fofinhas com gatos e flores. Pronto, esta última parte é mentira. O objectivo é outro: enviar spam, enviar mensagens a pedir dinheiro aos nossos amigos, encontrar códigos bancários, etc.

Como é que estas organizações entram nas contas de email? Experimentando palavras-passe em sequência, usando listas de palavras, listas de números, etc. Está um pobre coitado mafioso a fazer isto? Não. Está um pobre servidor a fazer isto. E a experimentar uns bons milhares de passwords por segundo. Por isso, quanto mais aleatória for uma password, melhor. Quanto maior o conjunto de caracteres utilizados, melhor. Quanto maior a palavra, melhor. Não se esqueçam: somos nós contra servidores perdidos numa cidade asiática. Sejam imaginativos!

Depois, nunca se sabe quando aparece o tal inimigo de carne e osso. Por isso, precavenham-se.

Façam navegação segura.



(*) Aviso para mentes mais literais. Não façam isto! Uma palavra que aparece num blogue, por mais obscuro que seja, está fora de questão. Mais vale usarem o nome do vosso filho.

Porquê ter um blogue?

Bem, há imensas razões: para discutir política, para mostrar qualquer coisa, para treinar a escrita, para ensinar, para aprender, para divagar, para mostrar taras e manias, enfim, por todas as razões, boas e más.

É preciso, claro, algum tempo. Mas eu, que não tenho tempo nenhum, ando com alguns blogues às costas. Por isso, é preciso é querer — e gostar. E ser persistente.

Já os objectivos... Há quem queira apenas escrever e há quem escreva blogues privados só para si. Uma espécie de diário guardado nos insondáveis servidores do Google. Outros escrevem para três ou quatro amigos. Outros querem escrever para milhares, milhões, e por aí fora.

Uma coisa é certa: não estamos nos EUA, onde ser blogger é uma profissão. Por cá, tirando os que já eram famosos, e tirando uma ou outra Pipoca, é apenas um hobby. Mesmo os grandes blogues políticos (porque a blogoesfera, por cá, tem como centro a política) são hobbies, mesmo que sejam hobbies que abrem a porta do Parlamento.

Pessoalmente, na empresa onde trabalho, já experimentámos ter um blogue interno, que resultou até certa altura. Depois passámos para outros sistemas; mas, claro, como não podia deixar de ser, há um blogue da empresa. Aliás, dois. Já criei um blogue por motivos "micropolíticos" (para, vejam bem, criar uma freguesia), e esse lá se tem mantido activo. Já experimentei blogues porque sim, blogues com conceito, etc. Foi divertido, mas tinha (tenho...) mais que fazer.

Agora, achei que era bom ter um sítio para pôr umas dicas úteis para alunos, colegas e amigos. Aqui está, portanto, este Computadores e outros mistérios. Mas, atenção!, não sou propriamente um geek à séria, que trabalhe em computadores (se querem um programador, falem com o meu irmão). Trabalho numa empresa de tradução e os computadores são ferramentas — uso-os "na óptica do utilizador" (que expressão tão feia!), mas uso-os nessa óptica todo o santo dia e toda a santa noite. Por isso, lá fui aprendendo umas coisas.

Além disso, os "outros mistérios" podem ser interessantes (ou uma grande seca, porque pelos vistos tudo é uma grande seca para muitas pessoas). Veremos.

Agora, uma imagem... Sim, porque é preciso pôr imagens nos posts, senão ninguém lê! Pode ser a Lição n.º 1 do Blogger Amador: encontrem um raio duma fotografia qualquer para ilustrar os posts. Como não tenho nada à mão que represente a blogoesfera e não tenha direitos de autor, tomem lá uma foto duma caneta. Finjam que é um artefacto antigo e já se torna interessante.


"Caneta: objecto que se usava para escrever numa espécie de ecrã feito de pasta vegetal. 
Uma espécie de rato, mas com tinta."

terça-feira, 7 de maio de 2013

Ah, o começar...

um blogue é sempre um prazer. Mas para quê? Boa pergunta. E como se faz um blogue? É fácil, garanto. Ou melhor, é fácil começar. O difícil é continuar.

Este blogue é para quem não sabe nada de computadores, para quem quer saber, para quem acha que sabe, mas não tem a certeza, para quem não tem dúvidas, mas engana-se muitas vezes, para quem sabe e quer confirmar. Para qualquer pessoa.

São coisas úteis, ou não. Se calhar, vai ter pouco a ver com computadores. Veremos.

Para já, uma promessa. O segundo post há-de ser sobre como começar um blogue.